Comunicações

Obs: As versões para o inglês dos resumos foram reproduzidas exatamente como nos originais enviados pelos autores, sendo o conteúdo de sua total responsabilidade.


MESA 1
CORPOREIDADE

Coordenação: Giselle Ruiz (EBA/UFRJ)
Ao lado da constatação de que nos últimos 50 anos foram exploradas novas percepções através de instalações, happennings e performances, observa-se que diferentes concepções de corporeidade passaram a predominar nas relações entre as artes, em que o corpo se torna catalisador de um processo artístico que borra as fronteiras.
Questões relativas à presença física como relação espaçotemporal com o mundo e os objetos, ao contato corporal e à percepção direcionam nosso olhar para as qualidades de aqui e agora da performance, nos levando a refletir sobre uma performatividade que seria inerente à presença física. E, em consequência, num sentimento de corporeidade (embodied feeling). Mas não há como negar que hoje as concepções de corpo se multiplicaram para além do estar presente em carne e osso.

PEÇA LINHA / LINE PIECE
Eleonora Fabião

EXSUDAÇÕES: DIÁLOGOS PARA UMA AÇÃO DO CORPO
Edgard Mesquita de Oliva Junior

O CORPO NO FAZER DO OBJETO: OS SENTIDOS NA CRIAÇÃO
Leila Maribondo Barboza

A PINTURA NO CORPO E A PINTURA ENCARNADA:
AS CAMADAS DE COR DO E NO CORPO
Letícia Carvalho da Silva de Oliveira

TERRA INCOGNITA
Maria Alice Cavalcanti Poppe


MESA 2
TRANS(...), TRANSDUÇÕES E TRADUÇÕES

Coordenação: Simone Michelin (EBA/UFRJ)
A mesa visa refletir sobre uma possível ontologia da experiência artística no regime expandido das imagens em movimento e suas traduções.
Em outras palavras, tomando como estudo de caso o território do vídeo e das novas mídias na arte contemporânea, do momento da criação para o momento da reflexão sobre o que foi criado, aconteceria uma transdução da matéria em um modo específico de informação.
Existiria um domínio das traduções regido por transversalidades entre campos afins? De que modo arte, filosofia e teoria tecem e explicam experiên-cias estéticas neste momento, em que já podemos supor alternativas além das posturas dualistas que contrapõem arte e ciência, teoria e prática, subjetivo e objetivo, entre outras?
O papel do artista escritor poderia ser visto como o de um agenciador de transitividades?
Transdução: em genética, transferência de material genético de uma bactéria para outra através de um bacteriófago. Transdutor: em física, qualquer dispositivo capaz de transformar um tipo de sinal em outro tipo, com o objetivo de transformar uma forma de energia em outra, possibilitar o controle de um processo ou fenômeno, realizar uma mediação, etc.

O CINEMA-INTERATIVO E PERFORMÁTICO: FIGURAS NA PAISAGEM E CIRCULADÔ
André Parente

SUSPENSE
Katia Maciel

DO LIVRO AO CINEMA: TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA
DAS ILUSTRAÇÕES DE O PEQUENO PRÍNCIPE
Anna Carolina Batista Bayer

TRADUÇÃO E VÍDEO: THE PASSING, MOVIMENTO E SOBREVIVÊNCIA
Dinah de Oliveira

VARIAÇÕES MONUMENTOS
Maria Lucia Vignoli Rodrigues de Moraes


MESA 3
NEOCONCRETISMO: ASSIMILAÇÃO INSTITUCIONAL E REATIVAÇÃO HISTÓRICA

Coordenação: Patrícia Corrêa (EBA/UFRJ)
Desde a década de 1990 acontece um processo de assimilação institucional, predominantemente internacional, da produção de artistas brasileiros ligados ao neoconcretismo, sobretudo Hélio Oiticica, Lygia Clark e, mais recentemente, Lygia Pape. 
Grandes exposições itinerantes, belos catálogos, aquisição de obras por grandes museus e fundações, inclusão dos artistas em leituras curatoriais e publicações de referência mais abrangentes: todo esse atual interesse pelo movimento carioca e suas consequências tem sido claramente impulsionado pelo olhar estrangeiro, sob pontos de vista, recortes temáticos, geográficos e históricos operativos em debates na Europa e nos Estados Unidos. 
Por um lado, é evidente que isso tem ampliado em muito a possibilidade de abordagens que podem conectá-lo a quase todos os principais núcleos
de discussão do pensamento contemporâneo sobre a arte. Por outro lado, também é evidente que, nessa ampliação, talvez a especificidade do neoconcretismo corra o risco de desaparecer para dar lugar a enfoques aparentemente mais atraentes para as instituições internacionais, como seriam suas ligações com a latinidade e/ou tropicalidade, com o conceitualismo, com a interatividade e com a performance.
O momento é, portanto, muito oportuno para uma reflexão sobre o que isso poderia significar para a produção teórica, crítica e historiográfica da arte no Brasil. O processo de assimilação institucional do neoconcretismo responde às necessidades de dinamização e ampliação do próprio campo de práticas e ideias da arte na Europa e nos Estados Unidos.
Como outros temas atraentes no contexto global, o neoconcretismo obriga a desvios, suspensões e inversões, mas também a precisões, rearranjos e relativizações de conceitos e operações vigentes nos discursos dominantes da arte, processo que torna esses discursos ainda mais abrangentes e complexos. Mas se o latino-americanismo, o conceitualismo, a performance, o minimalismo, a arte participativa, a arte feminista etc. se reinventam no neo-concretismo, cabe a este, igualmente, neles reinventar-se. Nossa proposta é, portanto, pensar a recente reativação histórica do neoconcretismo e suas consequências, pela reflexão sobre o próprio estranhamento – ou legitimação – que essas obras podem instalar naqueles discursos. Ou seja, propomos um tipo de reflexão que, em larga medida, já acontece muito mais fora do que dentro das universidades brasileiras.

O AMANHÃ, AINDA
Otavio Leonidio

LYGIA PAPE: APROPRIAÇÕES E APROXIMAÇÕES COM O CINEMA
Carlos Douglas Martins Pinheiro Filho

HÉLIO OITICICA: BÓLIDE POR VIR
João Pereira Vale Neto


MESA 4
REVELANDO CARNAVAIS: RUÍDOS, FALAS E ECOS DA FOLIA BRASILEIRA

Coordenação: Helenise Guimarães (EBA/UFRJ)
O tema dessa mesa tem por objetivo refletir e apresentar leituras sobre o carnaval brasileiro, festa urbana que se desdobra em muitas linguagens: artísticas, cênicas, musicais, literárias, políticas e históricas. O carnaval é assim um espaço fértil para traçados que geram encontros de vários campos de pesquisa, tais como antropologia, sociologia, história, artes, etnografia, turismo, entre outros. Apresenta-se também como veículo para pensarmos questões contemporâneas da cultura, posto que, enquanto momento importante do calendário nacional, sua longevidade vem reforçar a vitalidade de nossa cultura. Num país de grandes dimensões como o Brasil, o carnaval apresenta permanência e, sobretudo, presença no passado não tão remoto das mais distantes regiões do país, fonte inesgotável de elementos a estudar e revelar.
Hoje sabemos que a folia nacional compartilha parcerias e articula paradigmas que são remodelados ou desafiados, reforçando sua qualidade vital de expressão de uma cultura popular que consegue integrar instituições oficiais, grupos organizados e segmentos da sociedade. 
Pensar o carnaval é capturar as várias faces de uma festa que é espetáculo, arrebatamento e deslocamento do cotidiano para um tempo de suspensão e possíveis delírios, mas que sela todo ano um pacto de criações, profissionalismo e busca de sua permanência e sua liberdade de expressão e expansão. Refletir suas tradições que se renovam é pensar nos ruídos, falas e ecos que esse carnaval tão cambiante nos traz como prova de seu dinamismo e atualidade. E atentos ao discurso de seus atores revelado em nossas pesquisas, podemos mexer um pouco mais no caleidoscópio das coloridas e sonoras memórias do reinado de Momo.

APONTAMENTOS PARA SE COMEÇAR A PENSAR O CARNAVAL
Felipe Ferreira

PROIBIDO SOPRAR: POSSÍVEIS CAUSAS DA PROIBIÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE SOPRO NAS ESCOLAS DE SAMBA NA DÉCADA DE 1930
Giuliana Caetano Pimentel

A “ÓPERA DE RUA” DO CARNAVAL:
CIRCULARIDADE NUMA GESAMTKUNSTWERK TUPINIQUIM CONTEMPORÂNEA
Isaac Caetano Montes (Izak Dahora)

REPRESENTAÇÕES ETNOGRÁFICAS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO EM TEMPOS DE CARNAVAL: UMA ANÁLISE DOS FILMES ORFEU NEGRO (1959), DE MARCEL CAMUS, E ORFEU (1999), DE CACÁ DIEGUES
Maryanne Seabra

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA PERSONAGEM BAIANA DE ESCOLA DE SAMBA
NO SÉCULO XX E SEUS MÚLTIPLOS SIGNIFICADOS
Vânia Maria Mourão Araújo


MESA 5
PRÁTICAS CURATORIAIS NO BRASIL

Coordenação: Ivair Reinaldim (IUPERJ/UCAM)
Se pudermos considerar a emergência histórica da curadoria no Brasil não pelos desdobramentos da dinâmica museológica propriamente dita, mas por meio da ampliação da atividade inerente ao crítico de arte – o que contribui para repensar o papel histórico do exercício da crítica –, quais seriam, então, as especificidades da prática curatorial no país? Se tanto críticos quanto curadores promovem ações de mediação, articulação de discurso e produção de sentido, que diferenças e proximidades haveria entre uma atividade e outra? Que relações foram e estão sendo construídas entre curadores, práticas artísticas e instituições de arte no país? Quais paralelos poderiam ser traçados com o contexto internacional? A partir das transformações históricas ocorridas em torno da presença, posição e importância do curador no sistema das artes nas últimas décadas, a proposta dessa mesa é estimular a reflexão acerca das contribuições e idiossincrasias inerentes a tal processo.

JUNTO AO HISTORIADOR DA ARTE: A BIBLIOTECA DE ARTES VISUAIS
DO MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO
Elizabeth Catoia Varela

ÁREA EXPERIMENTAL – UMA INTRODUÇÃO
Fernanda Lopes

ARTE AGORA: ROBERTO PONTUAL E A CURADORIA COMO QUESTÃO
Izabela Pucu


MESA 6
TEORIAS E PRÁTICAS, TÁTICAS E PROBLEMÁTICAS

Coordenação: Cezar Bartholomeu (EBA/UFRJ)
A história da arte pode ser considerada a partir do desenvolvimento de relações cada vez mais profundas e complexas entre teoria e prática artística. Se consideramos a história da arte a partir da necessidade de compreender, criticar e conectar a arte à cultura, atualizando sua episteme, é preciso compreender como a arte, sobretudo hoje, se relaciona com suas teorias, problematizando-as estruturalmente, traindo-as afetivamente, inventando-as criativamente.

PROJETO URUBU: DESMATERIALIZAÇÃO E TRANSPARÊNCIA NAS PRÁTICAS CONCEITUAIS
Gisele Ribeiro

A PINTURA, O DESENHO E O ESPAÇO NA SÉRIE AMBIÊNCIAS NA PAREDE
Michele Martins Nunes

ACADEMIA DE BELAS ARTES – CONSIDERAÇÕES
Monica Cauhi Wanderley

NOTAS SOBRE O FALSÁRIO
Natália Quinderé

O CALVÁRIO DO OUTRO: PROBLEMATIZANDO A OBRA DE VASCO FERNANDES
Rafael Augusto Castells de Andrade